Olá!
O texto que segue hoje é direcionado a você, leitor, pai ou colega educador que, assim como eu, está ligado à educação e formação dos filhos e estudantes, jovens ou adultos.
Você já observou a rotina de um pássaro? Como se alimenta, do que se alimenta? Assim são nossos alunos. Todos os dias essas pequenas aves de asas ainda frágeis recebem de nós alimento para se energizarem, e disseminarem por onde voam as sementes do que nós lhes ensinamos, não através de conteudos rígidos, guardados em livros, mas de nossa prática humana.
Como posso, eu, educadora, falar de meio ambiente, de respeito ao próximo, de igualdade de direitos, se não tenho a prática de jogar o meu lixo, ainda que pouco, na lixeira da sala de aula, ou costumo fazer comentários negativos sobre meus colegas, e vibro a favor de mensagens que desvalorizam a mulher em letras de músicas sexistas, achando graça nisso?
Somos atores de uma sociedade adoecida que pede socorro para que nós, no serviço e respeito ao nosso papel de agentes críticos, possamos despertá-los para a realidade, que não é a apresentada nos meios de comunicação de massa, muito menos em muitas salas de aula por aí afora, porque a escola, meus caros, está caminhando num sentido inverso de outrora, buscando resultados que não se constroem sem uma base solidificada no alicerce da educação crítica e comprometida com o outro em sua inteireza.
Se, enquanto educadora, eu não for insistente em discutir o papel de cada aluno na sociedade como agente de mudança, lembrando-lhes que para isso eles não precisam terminar os estudos ou esperar por uma avaliação que os confira notas, não estarei fazendo absolutamente nada, e nem vocês.
A escola é um espaço de construção, de interação, de estabelecimento de laços de afeto, de resolução de conflitos e, sobretudo, de construção e disseminação de conhecimento. É na escola que podemos fazer brotar da cabecinha de nossos educandos ideias que possam modificar e melhorar suas vidas, no cotidiano, nos mais diversificados espaços, públicos e privados. O imprescindível é que coloquemos os estudantes para pensar, e comecemos a agir para isso.
Nossa missão é grande, cansativa, mas sabemos o quão é prazeroza ao enxergarmos os resultados de tanto empenho e amor, sim, dedicado à causa da educação, uma educação que não mede esforços para minimizar as disparidades sociais, e que sobrevive às injustiças de uma política que ainda não prioriza o maior bem que podemos deixar para nossos descentendes: a educação.
Um abraço afetuoso,
Professora Márcia Maracajá
